terça-feira, 10 de abril de 2012

APRESENTAÇÃO

O Ofício de Trevas é um conjunto de leituras, lamentações, salmos e preces penitenciais, onde o templo fica às escuras, iluminado apenas por velas que se apagam aos poucos durante a cerimônia. Esta forma de celebrar é responsável pelo nome dado ao ritual, que representa o luto e a escuridão à qual ficou sujeita a Terra diante da morte de Jesus. O Ofício de Trevas é um forte momento de oração e reflexão da vida e missão de Cristo, que conduz os fiéis à oração mediante a meditação da Palavra de Deus.

Lembra as sete últimas palavras de Jesus, no Calvário, antes de sua morte:
1-"Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem...",
2-"Em verdade te digo: hoje estarás comigo no Paraíso",
3-"Mulher, eis aí o teu filho... Eis aí a tua Mãe",
4-"Tenho Sede!",
5-“Meus Deus, meus Deus, por que me abandonaste?",
6-"Tudo está consumado!",
7-"Pai, em tuas mãos entrego o meu Espírito!".



Sexta-feira Santa da Paixão do Senhor

A comunidade deve estar reunida para acompanhar as 12 (doze) badaladas do sino anunciando a chegada do meio-dia. Após cada badalada um silêncio, para que cada um no coração diga o nome de Jesus. Coloca-se uma cruz e uma imagem de Nossa Senhora das Dores e 07 (sete) velas lembrando as sete palavras de Jesus na cruz.
No centro do local onde se celebra o Ofício de Trevas, preferencialmente no coro antes do presbitério, coloca-se um ambão, de onde serão lidos os salmos, as leituras e as orações. O presbítero sentará na sede, acompanhado de dois diáconos, ou de um diácono e do cerimoniário, ou do cerimoniário e outro acólito, se houver. Sendo o diácono a presidir, senta-se ao seu lado o cerimoniário e outro acólito, se houver. O Bispo senta-se no trono ou no faldistório, de acordo com as regras do Cerimonial dos Bispos.
O candelabro de trevas, constando de quinze velas, é colocado em frente ao altar, à sua direita. Essas velas serão apagadas, aos poucos, durante o rito. Além do candelabro de trevas, seis velas podem estar acesas no altar, como se faz durante a Missa Solene, e serão apagadas durante o Benedictus. Um apagador de velas é colocado perto do candelabro de trevas.
Não se usa cruz processional nem velas processionais ou tochas durante o Ofício das Trevas. Dando início à celebração, os clérigos em veste coral, cerimoniários, acólitos e cantores ou coro entram em silêncio e reverência, de forma processional, vindo o celebrante por último, e se aproximam do altar. Fazem a genuflexão ao Santíssimo Sacramento, ou, em sua falta, inclinam-se profundamente diante do altar, e vão para seus lugares.
Para a extinção de cada vela, o acólito responsável pega o apagador, reverencia o altar e vai ao candelabro para cumprir sua função.

CHEGADA

Silêncio e oração pessoal.
• Som das Matracas (Entrada de quem preside, acólitos, coroinhas, etc., em silêncio)
• Acolhida do Presidente (Em breves palavras, explicar o sentido do Ofício da Agonia)
CANTO DE ABERTURA
- O Deus Santo e forte, imortal Senhor! De nós compadecei-Vos pelo Vosso amor! (bis)
- Vosso próprio Filho, ó Pai, não poupastes! Mas por amor de nós Vós o entregastes! (bis)
- Cristo humilhou-se, fez-se obediente! Fiel até a morte, Cordeiro inocente! (bis)

Invitatório

No invitatório, no hino, no Evangelho, no Benedictus, nas preces e na oração, bem como na despedida, todos permanecem de pé. Nos salmos e leituras, permanecem sentados, exceto quem lê ou entoa o salmo. Durante a frase que substitui o responsório breve das Laudes, todos se ajoelham, bem como no momento apropriado no Evangelho. No invitatório, faz-se o sinal-da-cruz na boca, e no Benedictus e na bênção, o grande sinal-da-cruz.
V: † Abri os meus lábios, ó Senhor.
R: E minha boca anunciará vosso louvor.
Salmo 94 (95) - Convite ao louvor de Deus
Animai-vos uns aos outros, dia após dia, enquanto ainda se disser ‘hoje’. (Hb 3,13)
Ant. O Cristo, o Filho de Deus, com seu sangue nos remiu.
Vinde, exultemos de alegria no Senhor; *
aclamemos o rochedo que nos salva.
Ao seu encontro caminhemos com louvores, *
e com cantos de alegria o celebremos!

Ant. O Cristo, o Filho de Deus, com seu sangue nos remiu.
Na verdade, o Senhor é o grande Deus, *
o grande Rei, muito maior que os deuses todos.
Tem nas mãos as profundezas dos abismos, *
e as alturas das montanhas lhe pertencem;
o mar é dele, pois foi ele quem o fez, *
e a terra firme suas mãos a modelaram.
Ant. O Cristo, o Filho de Deus, com seu sangue nos remiu.

Vinde adoremos e prostremo-nos por terra, *
e ajoelhemos ante o Deus que nos criou!
Porque ele é o nosso Deus, nosso Pastor, †
e nós somos o seu povo e seu rebanho, *
as ovelhas que conduz com sua mão.

Ant. O Cristo, o Filho de Deus, com seu sangue nos remiu.

Oxalá ouvísseis hoje a sua voz: †
"Não fecheis os corações como em Meriba, *
como em Massa, no deserto, aquele dia,
em que outrora vossos pais me provocaram, *
apesar de terem visto as minhas obras. "

Ant. O Cristo, o Filho de Deus, com seu sangue nos remiu.

Quarenta anos desgostou-me aquela raça, †
e eu disse: "Eis um povo transviado, *
seu coração não conheceu os meus caminhos!"
E por isso lhes jurei na minha ira: *
"Não entrarão no meu repouso prometido! "

Ant. O Cristo, o Filho de Deus, com seu sangue nos remiu.

Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo, *
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.

Ant. O Cristo, o Filho de Deus, com seu sangue nos remiu.

Recordação da Vida
Irmãos e irmãs, recordamos neste momento a hora em que Cristo Jesus entrou em agonia no Horto das Oliveiras. Recordemos todos aqueles que no mundo inteiro, a estas horas, se encontram angustiados, desesperados, quem sabe, porque a vida se tornou para eles um “beco sem saída...”
Coloquemos aqui as nossas próprias angústias (silêncio).
Em tudo isso, é a própria agonia de Cristo que continua e se prolonga na vida dos homens e mulheres sofredores, discriminados, excluídos da sociedade. “Rostos de Cristo” mais uma vez levando cusparadas e bofetões.
Trazemos para este momento de oração os irmãos e irmãs que se encontram nas trevas dos vícios, das drogas; nas trevas das prisões, dos hospitais; no mundo da prostituição, da corrupção, da violência..., enfim, todos aqueles que sofrem, nos quais Cristo sofre neles.

Ofício de Leituras

Recordação da Paixão e Crucificação - Leitura: Lc 23, 33-44.
"Quando chegaram ao lugar chamado Calvário (lugar do Crânio) crucificaram Jesus e os dois ladrões, um à direita e outro à esquerda... Era meio dia e as trevas cobriram toda a região até às três da tarde."
GRANDE SILÊNCIO


SALMO 22 (21)

Refrão. Meu Deus! Oh! Meu Deus, porque me abandonaste?

1. Meu Deus, ó meu Deus porque me abandonaste? / Não acha este traste paz em seu lamento. /De dia não agüento de tanto chorar. / De noite, a gritar e sem ter alento. (Refrão)

2. E tu que estás em teu trono assentado. Os pais, no passado, em Ti confiavam. / Quando eles chamavam, eram libertados. / Assim confiados, não se envergonhavam. (Refrão)

3. Quanto a mim, sou um verme, um ente sem graça. / Motivo nas praças de riso e galhofa. / E dizem com mofa: Que Deus o liberte. / E o desperte, se dele ainda gosta. (Refrão)

4. Por Ti fui formado no ventre materno. / E co´amor tão terno, eu fui aleitado. / A Ti consagrado, bem pequenininho. / E hoje, sozinho e tão angustiado. (Refrão)

5. Me sinto cercado de touros ferozes. / Me atacam atrozes, parecem leões. / Já se decompõe minh'alma partida. / Qual cera vertida é o meu coração. (Refrão)

6. Já sinto na goela o gosto da morte. / Jogado à sorte de cães tão malvados. / Em bandos irados, que eu perdi a fala. / Minha boca se cala, ninguém do meu lado. (Refrão)

7. Furaram minhas mãos, cravaram meus pés. / Meus ossos, de vez, eu posso contar. / Pessoas a olhar, mexendo as cabeças. / Minhas vestem sorteiam e põem a zombar. (Refrão)

8. Porém, meu Senhor, não fiques de fora. / Me livra da hora, da facada certa. / Dos dentes da fera, do lobo feroz. / Da ira do algoz, minha vida liberta. (Refrão)

9. Vou anunciar Teu nome aos irmãos. / E na reunião de Ti vou falar. / Quem com Deus está, entoe o estribilho. / Jacó e seus filhos num eterno cantar. (Refrão)

10. Deus não desprezou o pobre coitado. / Ficou do seu lado e ouviu seu clamor. / Em Ti meu louvor, em frente do povo. / Renovo, de novo, meus votos de amor. (Refrão)


11. Os pobres famintos verão a fartura. / Numa terra futura a Deus louvarão. / E os povos, então, de terras distantes. / Alegres, confiantes pra Ti voltarão. (Refrão)

12. És Rei e Senhor de todas as gentes. / Da terra os potentes Te adorarão. / A Ti servirão os meus descendentes. / Que és justo, contentes, aos filhos dirão. (Refrão)

13. A Deus demos glória, ao Pai Criador. / E ao libertador, seu Filho Jesus! / Ao Santo Espírito glorifiquemos. / Na fé celebremos a glória da cruz. (Refrão)

LAMENTAÇÕES DE JEREMIAS- PARTE I

LAMENTAÇÕES DE JEREMIAS
Meu povo, preste atenção

Meu povo preste atenção
Ao canto que eu entoar
No tempo de Jeremias
Tamanho foi o meu penar
Que estas lamentações
De "A" a "Z" vou cantar:

Diz um "A", diz um "A", diz um "A":
Ah! Como está tão deserta
Quem era tão povoada;
Parece pobre viúva
Quem antes se orgulhava;
Rainha entre as nações,
Hoje ao imposto obrigada!

Diz um "BÊ", diz um "BÊ", diz um "BÊ":
Banhadas ´stão suas faces,
Corre o pranto a noite toda,
Daqueles que a amavam,
Já ninguém mais a consola;
Dos seus amigos traída,
São inimigos agora.
Diz um "CÊ", diz um "CÊ", diz um "CÊ":
Cercou Judá a vergonha,
Escrava foi desterrada,
Em terra estranha hoje mora
Sem paz, sem lar, sem pousadas;
Aqueles que a perseguem
Agarram-na sufocada.
Jerusalém, Jerusalém,volta para teu Senhor.


Texto: Is 55, 6-7
“Buscai o Senhor, enquanto pode ser achado; invocai-o enquanto ele está perto. Abandone o ímpio seu caminho, e o homem injusto, suas maquinações; volte para o Senhor, que terá piedade dele, volte para nosso Deus, que é generoso no perdão.”
Refrão: “Mesmo as trevas não são trevas para ti. A noite e luminosa como o dia.”
SILÊNCIO


Diz um "DÊ", diz um "DÊ", diz um "DÊ":
De luto estão as estradas
Que rumam para Sião,
A sua festas, quem vem?...
Suas portas, que solidão!
Seus sacerdotes, suas jovens,
Toda a cidade, aflição!
Diz um "E", diz um "E", diz um "E":
Ei-los felizes, tranquilos,
Os que de Sião se apossaram,
Pois o Senhor a castiga,
Seus crimes o provocaram,
Cativos, todos os seus filhos
Os opressores levaram.
Diz um "FÊ", diz um "FÊ", diz um "FÊ":
Fenece toda a beleza,
Sião, tão desfigurada,
Seus chefes são cães sem dono,
Parecem rês enxotada,
Caminham cambaleantes,
Tocados qual vil manada.
Jerusalém, Jerusalém,volta para teu Senhor.


Texto: Ez 18, 30b-32
“Arrependei-vos, convertei-vos de todas as vossas transgressões, a fim de não terdes ocasião de cair em pecado. Afastai-vos de todos os pecados que praticais. Criai para vós um coração novo e um espírito novo. Por que haveis de morrer ó casa de Israel? Pois eu não sinto prazer na morte de ninguém – oráculo do Senhor Deus. Convertei-vos e vivereis!”
Refrão: “Mesmo as trevas não são trevas para ti. A noite e luminosa como o dia.”
SILÊNCIO

Diz um "GUÊ", diz um "GUÊ", diz um "GUÊ":
Gravados em sua lembrança,
Dias de grande aflição,
Quando seu povo aía
Dos inimigos nas mãos,
E ninguém socorria
E grande era a gozação.
Diz um "HAGÁ", diz um "HAGÁ", iz um "HAGÁ":
Havia graves pecados,
Jerusalém, quem os fez!
Quem antes muito gabava,
Cospe-lhe agora a nudez;
Gemendo, o rosto entre as mãos,
Tenta esconder sua tez.
Diz um "I", diz um "I", diz um "I":
Impuras são suas vestes,
Não quis pensar no depois;
Hoje enterra na lama,
Quem consolava se foi...
"Senhor, vê meu sofrimento,
quanto o inimigo me dói!"
Jerusalém, Jerusalém,volta para teu Senhor.

Texto: Is 1, 16-18
“Lavai-vos, purificai-vos. Tirai a maldade de vossas ações de minha frente. Deixai de fazer o mal! Aprendei a fazer o bem! Procurai o direito, corrigi o opressor. Julgai a causa do órfão, defendei a viúva. Vinde, debatamos – diz o Senhor. Ainda que vossos pecados sejam como púrpura, tornar-se-ão brancos como a neve. Se forem vermelhos como o carmesim, tornar-se-ão como lã.”
Refrão: “Mesmo as trevas não são trevas para ti. A noite e luminosa como o dia.”
SILÊNCIO

Diz um "JI", diz um "JI", diz um "JI":
Jazem seus ricos tesouros
Nas mãos dos seus adversários;
Pasmada viu os pagãos
Entrar em seu Santuário,
Gente por ti proibida
De orar no encontro sagrado.
Diz um "LÊ", diz um "LÊ", diz um "LÊ":
Lamenta o povo e geme
Por um pedaço de pão;
Entrega todas suas jóias
Por sua sustentação...
"Senhor, vê até que ponto
chegou minha humilhação!"
Diz um "MÊ", diz um "MÊ", diz um "MÊ":
Meditem vocês que passam
Pelo caminho que eu vou,
Me digam, vocês me digam
Se há dor como minha dor...
E vejam como maltratam
Quem o Senhor castigou!
Jerusalém, Jerusalém,volta para teu Senhor.


Texto: Is 53, 11b-12
“Meu Servo, o justo, fará justos inúmeros homens, carregando sobre si suas culpas. Por isso, compartilharei com ele multidões e ele repartirá suas riquezas com os valentes seguidores, pois entregou o corpo à morte, sendo contado como um malfeitor; ele, na verdade, resgatava o pecado de todos e intercedia em favor dos pecadores.”
Refrão: “Mesmo as trevas não são trevas para ti. A noite é luminosa como o dia.”
SILÊNCIO
Salmo 86(85) – 1ª Versão
“Cristo, durante sua vida terrena, fez orações e súplicas a Deus, em voz alta e com lágrimas, ao Deus que o podia salvar da morte.” (Hb 5, 7)
Em comunhão com todos os que estão dominados pelas injustiças, ou passando por qualquer sofrimento, peçamos ao Senhor vida e salvação.
1. Senhor, me escuta e responde, / Sou fraco e necessitado, / Me salva, sou teu amigo, / Teu servo em ti confiado.
2. Tu és meu Deus, tem piedade, / O dia todo te invoco, / Alegra meu coração, / Pra ti, Senhor, eu me volto.
3. Tu és perdão e bondade, / Acolhes aos que te imploram, / Atende agora esta prece, / No meu sofrer me consola.
4. Na angústia clamo por ti, / Pois tu respondes, Senhor. / Que deus faria o que fazes? / Ninguém te iguala em amor.
5. Os povos todos virão / Louvar a tua majestade; / Tu fazes grandes prodígios, / Só tu és Deus de verdade.
6. Me ensina o caminho certo, / Pra andar em tua verdade, / Reúne meu coração, / Que siga tua vontade.
7. De coração agradeço / Tão grande amor tens por mim, / Tiraste-me do abismo, / Assim te louvo, sem fim.
8. Furiosos se levantaram, / Querendo me derrubar; / Contigo não se incomodam, / Altivos querem matar.
9. Mas tu, Senhor de ternura, / Paciente, cheio de amor, / De mim tem pena, ó Deus, / Atento a teu servidor.
10. Me dá tua força, Senhor, / Teu servo vem libertar, / E aqueles que me odeiam / Calados hão de ficar.
11. Ao Pai, Senhor, demos glória, / A Jesus Cristo também, / Ao Espírito-Mãe de amor, / Deus uno e santo. Amém!
SILÊNCIO

LAMENTAÇÕES DE JEREMIAS- PARTE II

Diz um "NÊ", diz um "NÊ", diz um "NÊ":
Nestes meus ossos um fogo
Do alto ele ateou,
Armou-me uma esparrela
E para trás me passou,
E qual cidade arrasada,
Na solidão me deixou.
Diz um "O", diz um "O", diz um "O":
Oh! Como pesa em meu dorso
Das minhas culpas o fardo,
Que o Senhor amarrou,
Nos ombros meus pendurado;
Entregue aos inimigos,
Um pobre traste encurvado.
Diz um "PÊ", diz um "PÊ", diz um "PÊ":
Pegou meus caros valentes,
Para bem longe os mandou;
Para matar meus soldados
U´a multidão convocou;
E a capital de Judá,
Bela donzela esmagou.
Jerusalém, Jerusalém,volta para teu Senhor.

Texto: 2Cor 6, 1-4a
“Nós vos exortamos a não receberdes em vão a graça de Deus, pois ele diz: “No momento favorável, eu te ouvi e no dia da salvação, eu te socorri”. É agora o momento favorável, é agora o dia da salvação. Não damos a ninguém nenhum motivo de escândalo, para que o nosso ministério não seja desacreditado. Mas em tudo nos recomendamos como ministros de Deus.”
Refrão: “Mesmo as trevas não são trevas para ti. A noite é luminosa como o dia.”
SILÊNCIO
Diz um "QUÊ", diz um "QUÊ", diz um "QUÊ":
Que grande pranto que eu choro,
Meus olhos são água só;
Quem me conforta está longe,
Quem de mim sentia dó;
Meus filhos estão perdidos,
Venceu o forte, o maior...
Diz um "RÊ", diz um "RÊ", diz um "RÊ":
Reza de mãos estendidas
Sião, sem consolação;
Mando o Senhor inimigos
Acurralar a nação;
Jerusalém para eles
É lixo e podridão!
Diz um "SI", diz um "SI", diz um "SI":
Sim, justo é o Senhor,
Pois lhe desobedeci;
Vejam vocês, povos todos,
A dor que mereci:
Ver minhas filhas, meus filhos
No cativeiro, eu vi!
Jerusalém, Jerusalém,volta para teu Senhor.

Texto: 2Cor 4, 10-11
“Por toda parte e sempre levamos em nós mesmo os sofrimentos mortais de Jesus, para que também a vida de Jesus seja manifestada em nossa frágil natureza. De fato, nós, os vivos, somos continuamente entregues à morte, por causa de Jesus, para que também a vida de Jesus seja manifestada em nossos corpos.”
Refrão: “Mesmo as trevas não são trevas para ti. A noite é luminosa como o dia.”
SILÊNCIO
Diz um "TÊ", diz um "TÊ", diz um "TÊ":
Tentei chamar meus amantes,
Mas foram só falsidades,
Meus anciãos, sacerdotes,
Morreram foi na cidade,
Quando buscavam comida,
Passando necessidade.

Diz um “U”, diz “U”, diz um “U”
Urge, vê Javé, como estou angustiada:
minhas entranhas fervem,
meu coração se transtorna dentro de mim
por que me revoltei.

Diz um "VÊ", diz um "VÊ", diz um "VÊ":
Vê, Senhor, minha tristeza,
Minhas entranhas remoem,
Meu coração se perturba,
Pois não cumpri tua ordem;
Na rua matam meus filhos,
Em casa todos já morrem.
Jerusalém, Jerusalém, volta para teu Senhor.

Texto: At 13, 26-30a (5º DQ)
“Irmãos, a nós foi enviada esta mensagem de salvação. Os habitantes de Jerusalém e seus chefes não reconheceram a Jesus e, ao condená-lo, cumpriram as profecias que se leem todos os sábados. Embora não encontrassem nenhum motivo para a sua condenação, pediram a Pilatos que fosse morto. Depois de realizarem tudo o que a Escritura diz a respeito de Jesus, eles o tiraram da cruz e o colocaram num túmulo. Mas Deus o ressuscitou dos mortos.”

Refrão: “Mesmo as trevas não são trevas para ti. A noite e luminosa como o dia.”
SILÊNCIO
Diz um "XIS", diz um "XIS", diz um "XIS":
"XIS" é o mistério da dor,
gemer sem consolação;
meus inimigos me escutam,
fazem de mim gozação;
meu dia já consumaste,
o deles logo verão!...
Jerusalém, Jerusalém, volta para teu Senhor.

Texto: 1Cor 1, 27b-30
“Deus escolheu o que o mundo considera como fraco, para assim confundir o que é forte; Deus escolheu o que para o mundo é sem importância e desprezado, o que não tem nenhuma serventia, para assim mostrar a inutilidade do que é considerado importante, para que ninguém possa gloriar-se diante dele. É graças a ele que vós estais em Cristo Jesus, o qual se tornou para nós, da parte de Deus: sabedoria, justiça, santificação e libertação.”
Refrão: “Mesmo as trevas não são trevas para ti. A noite e luminosa como o dia.”
SILÊNCIO
Diz um "ZÊ", diz um "ZÊ", diz um "ZÊ":
Zela tão bem no castigo
Que a eles vais aplicar,
Como soubeste punir-me
Por todo este pecar;
Sem conta são meus gemidos,
Meu coração a parar...
Jerusalém, Jerusalém, volta para teu Senhor.

Texto: 1Pd 2, 21b-24 (Sexta-feira da Paixão)
“Cristo sofreu por vós deixando-vos um exemplo, a fim de que sigais os seus passos. Ele não cometeu pecado algum, mentira nenhuma foi encontrada em sua boca. Quando injuriado, não retribuía as injúrias; atormentado, não ameaçava; antes, colocava a sua causa nas mãos daquele que julga com justiça. Sobre a cruz, carregou nossos pecados em seu próprio corpo, a fim de que, mortos para os pecados, vivamos para a justiça. Por suas feridas fostes curados.”
Refrão: “Mesmo as trevas não são trevas para ti. A noite e luminosa como o dia.”
SILÊNCIO

PRANTO DE NOSSA SENHORA

(Todos de joelhos e voltam-se para o altar / imagem de Nossa Senhora das Dores)
CANTO -BENDITA SEJAIS
1. Ó mãe dolorosa que aflita chorais, repleta de angústias, bendita sejais!
Bendita sejais, Senhora das Dores, ouvi nossos rogos, mãe dos pecadores.

2. A voz de Simeão, no Templo escutais, cruéis profecias, bendita sejais!
Bendita sejais, Senhora das Dores, ouvi nossos rogos, mãe dos pecadores.

3. O céu manda um anjo dizer que fujais, da fúria de Herodes, bendita sejais!
Bendita sejais, Senhora das Dores, ouvi nossos rogos, mãe dos pecadores.

4. Voltando do Templo, Jesus não achais, que susto sofrestes, bendita sejais!
Bendita sejais, Senhora das Dores, ouvi nossos rogos, mãe dos pecadores.

5. Que dor indizível, quando o encontrais, com a cruz às costas, bendita sejais!
Bendita sejais, Senhora das Dores, ouvi nossos rogos, mãe dos pecadores.

6. A dor ainda cresce quando contemplais Jesus expirando, bendita sejais!
Bendita sejais, Senhora das Dores, ouvi nossos rogos, mãe dos pecadores.

7. No vosso regaço seu corpo abrigais, com ele abraçada, bendita sejais!
Bendita sejais, Senhora das Dores, ouvi nossos rogos, mãe dos pecadores.

8. Sem filho e tal filho, então suportais, cruel solidão, bendita sejais!
Bendita sejais, Senhora das Dores, ouvi nossos rogos, mãe dos pecadores.